segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Já escorreu por aí...

Bom, como vou colocar alguns poemas meus neste blog, este é o primeiro.
Ele já escorre por outro blog e pela net, por outras tubulações..., mas penso justo colocá-lo aqui.

Descendo o morro.

Descendo a ladeira.
Descendo na cabeça
minha vida inteira.
Desço do morro, desço do salto.

Lá em baixo, não querem saber se sou daqui.
Preferem que eu seja dali, de acolá.
Preferem que eu seja da zona sul,
da zona soul..., não querem mais saber.
Preferem não saber.

Vejo minha meninice nessas ruelas.
Vejo o boteco e arde minha goela.
Vejo minha avó da janela,
com olhos de cansaço,
me vendo descer.
E desço, e sirvo, e trabalho, e ralo.

À noite, subo novamente o morro.
Subo novamente no salto.
Aqui me conhecem,
sabem quem eu sou.
Paro no boteco,
encho o meu caneco,
fico alto... bem alto.
Porque amanhã
é dia de descer
de novo.

Cristiane Andrade Yamane

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Na Primeira postagem, tudo escorre...

Em uma noite extremamente bucólica, cercada de paredes e tecnologia... (sim, sou muito irônica, vocês perceberão isso), me veio a inspiração do vento do norte..., ou do sul?
Não sei, só sei que algo novo veio não sei da onde. Talvez do vento do norte que me guia, incitando um desejo em criar esse ralo, esse lugar liberto, onde posso tudo derramar, jogar fora, ou deixar correr por tubulações desconhecidas.